A Tinta Parker Quink está meio sumida de nossas lojas especializadas em instrumentos de escritas e quando tem o preço é alto comparado com outras marcas, isso é explicado pelas dificuldades de importação e representação aqui no Brasil, os vidros quando são encontrados geralmente são vidros da França ou Índia, mas teve produção em vários países inclusive no Brasil, e a tinta brasileira da Parker era de boa qualidade.

A Tinta Parker brasileira parou de ser fabricada no inicio da década de 1990 e deixou saudades nos colecionadores, acredite está crescendo o número de colecionadores dos vidros de tinta e a Parker ao longo das décadas lançou diversos modelos, pois ela está no mercado desde 1926.
Produzir tinta não é algo fácil de ser feito, tem alguns ingredientes específicos que não podem ser exagerados porque podem estragar o lote inteiro da tinta quando misturados de maneira relaxada, e os componentes podem ser diversos desde frutos do mar e até mesmo carvão, hoje as tintas são mais químicas e a Parker Quink foi uma das primeiras que se preocupou em colocar na mão do consumidor uma tinta laboratorial, ou seja, quimicamente estável.
A Propaganda abaixo mostra o Poeta Manoel Bandeira fazendo propaganda para Parker mostrando a importância das tintas de escrever para o publico em geral daquela época.

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No passado a tinta de escrever era quase um artigo de primeira necessidade estaria numa posição parecida aos nossos celulares, ou seja, para se comunicar tinha que ter um lápis ou um tinteiro em casa desde os mais humildes até os mais ricos, foi inclusive restrita a venda devido à guerra. A Empresa Costa Portela uma grande e distribuidora e Representante da Marca Parker no Brasil, na época da guerra informava aos jornais seu desespero de estar a mais de um ano sem receber canetas e tintas para a venda.

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A Marca Quink da Parker está no Brasil desde a decada de 30 e o seu nome vem da junção das palavras Qualit e Ink (qualidade e Tinta) que representava a filosofia da Marca em relação as suas canetas e sua tinta produzida para suprir suas proprias canetas, seus vidros de tinta eram de diversos tamanhos por que também eram pensados para abastecer repartições, escritorios e escolas e elas eram vendidas em vidros de 1 litro e de meio litro e os famosos tinteiros de 60 ml. Ela foi produzida por muitos anos pela empresa UNIC do Rio de Janeiro, por isso não estranhe achar nos vidros antigos os nomes Distribuida pela Costa Portela e UNIC ( Usina Nacional Industria Quimica S/A) por que uma distribuia as canetas e a outra produzia a tinta Parker.

Propaganda da Revista Manchete do dia 28/05/1955 na mesma revista saia a propaganda da UNIC

O Fundo da Caixa mostrava a parceria na fabricação da Costa Portela e a UNIC

As cores da Parker Quink eram Verde, Vermelho, Turqueza,Violeta, Azul Real Lavavel, Azul Preto Permanente, Azul e Preto permanente e a tinta Parker e não era um produto barato e por isso as pessoas mais humildes utilizavam tintas nacionais como Tucano e Sardinha, mas os vidros da Parker eram bem acabados e facil de serem identificados pelo seu formato e caixas, se observar bem os vidros de Quink observará que ela continha o SOLV-X um ingrediente secreto que limpava sua caneta quando voce a utilizava, que muitos juram que era Fenol mas não arrisco a dizer isso, mas ela foi muito bem vendida em quase 60 anos de vendas direta aqui no Brasil.
A Parker nos anos 50 fabricou a “Superchrome” que logo saiu de linha por que que era muito acida e estragava canetas de outras marcas pois elas tinham outros componentes diferentes da Parker, tanto que ela vinha com uma advertencia que era para ser usada somente nas Canetas Parker 51, ela saiu de linha por que ela em contato com o ar secava muito rapido e as vezes danificava os alimentadores das canetas tinteiros, lógico que isso foi meio abafado na epoca para evitar reclamações de consumidores.

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Abaixo os vidros da Parker Quink produzidos nas décadas de 50 até 90

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Em 1989 circulou uma embalagem especial para a comemoração dos 100 anos da Parker

Os Vidros da Parker adotavam o formato Oval, e o losangulo que lembrava o Diamante Azul simbolo de sua qualidade.

Apresentando as últimas mudanças de Logo da Marca

Em 1993 a Parker colocou no mercado uma Tinta chamada PENMAM que foi retirada em 2000 com o mesmo problema da SUPERCROME sua secagem é rapida demais e resseca os componentes vitais de uma caneta no cotidiano. Fica só o registro da Beleza do Vidro.

Existe o vidro de 30 Ml circulando aqui no Brasil é produzido por uma filial da India é um verdadeiro charme não deve faltar numa coleção.

Deu para perceber que o mundo das tintas é também interessante e cada marca tem sua caracteristica, aguarde que em breve teremos mais artigos sobre as Tintas afinal sem elas não teriamos nossas canetas.