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Quando eu escrevo sobre canetas quero me dirigir em especial aos novos colecionadores que precisam de uma orientação de como fazer suas coleções crescerem e quais os modelos que valem a pena, eu particularmente quando comecei fui sempre desmotivado por outras pessoas apreciadoras de caneta que a “61” não era tão colecionável, diziam eles: Fica com a Parker 51 ela tem mais capacidade de armazenamento de tinta, e por ai eram as criticas, hoje eu tenho uma boa quantidade de Parker 61 e nunca tive nenhum problema com elas.
A Parker 61 é a melhor definição de caneta da época da Guerra Fria ela foi lançada em 1956 e teve mais de 11 anos de pesquisa envolvendo dezenas de técnicos contratados pela empresa só para desenvolver o projeto deste modelo que era considerado uma sensação, ela era a caneta que iria revolucionar o sistema de escrita, graças a um sistema “capilar” a tinta era sugada do vidro através de um tubo de Teflon onde dentro dele havia um pedaço de plástico enrolado em um alimentador que sugava e armazenava a tinta em espaços como de um “favo de mel” para isso a caneta era colocada dentro do vidro ao contrário, e o seu dono deveria guardar alguns segundos para a magica acontecer.

Não preciso dizer que muitos fregueses desconfiaram do novo modelo achavam ela muito ousada e a qualquer momento ela poderia romper o tubo onde ficava a tinta e estragar a camisa e o Paletó, mas o publico jovem gostou do novo estilo de caneta considerado mais limpo e pratico e a caneta se firmou, especialmente pelas cores que foram surgindo e as tampas.

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Como eu tinha dito anteriormente como a caneta foi lançada em 1956 as cores desta época eram muito na tonalidade pastel e a “61” seguiu o padrão da época e as tampas apresentaram varias versões distanciando ela da Parker 51 que era mais tradicional.
Apesar das criticas iniciais o sistema capilar conseguiu se firmar e mostrou-se útil desde que a caneta não fosse guardada por muito tempo abastecida, caso isso acontecesse o sistema de alimentação era danificado, e a caneta ficava entupida, quando a caneta era guardada seca, ou seja tinha sido lavada e o excesso de tinta foi posto para fora, o modelo se mostrava eficiente por mais tempo, hoje sabemos que muitas canetas com o tempo perde a capacidade de puxar a tinta, isso obriga o seu proprietário a ficar atento e quando adquirir uma mesmo que tenha aparencia de nova ou nunca usada é necessario fazer a revisão em uma loja especializada para a limpeza do coletor que também pode ser chamado de célula .
Sua Pena é outro aspecto interessante sobre o modelo, ela lembra a pena da 51, só que ela tem um calço é como se fosse uma rebarda que segura a pena no alimentador evitando aquele transtorno de ficar ajustando a pena na concha como acontece no outro modelo, tem ainda aquela seta em ouro ou em aço que adorna a concha e conduz a pena para o papel.
A Parker 61 era muito criticada pelo publico mais velho e os jovens aceitaram bem, e logo uma grande variedade chega ao mercado brasileiro, no final de sua vida por volta de 1969 ela teve um sistema de alimentação por cartucho e conversor igual a Parker 45
Muitos dizem que a Parker 61 é uma tentativa de fazer uma caneta limpa, ou seja sem o perigo de vazamentos, quem de nós não teve a chata e incômoda experiencia de sujar as mãos com tinta quando tentava abastecer ? a Parker 61 mostrou para a empresa Parker como seria dificil ser a substituta da Parker 51.
Em 1982 a Parker 61 deixou de ser fabricada nos outros países, aqui ela já estava fora da linha de produção a muito tempo, na época dos governos militares as importações eram impossiveis é por isso que alguns duvidam da longevidade da 61 atribuindo um menor tempo de fabricação.
ALGUNS MODELOS

Acervo pessoal
Acima a Parker 61 “carioquinha” ano 1959 corpo e tampa feita em ouro

Acervo pessoal
Os Primeiros modelos apresentam duas tonalidades na tampa em estilo ondulado denominado Heirloom também chamada de Rainbow, é a mais conhecida dos modelos devido a propaganda, na foto acima dois modelos Custon com a tampa toda dourada.

Foto acima para facilitar a observação do lindo trabalho executado nas tampas deste modelo.

Acervo Pessoal
Debaixo para cima temos os modelos Flighter (todo em aço) e dois modelos Standart com a tampa e o clip em aço acompanhando a seta da concha em aço.
Existia também a Parker 61 “de Luxe” que tinha a seta da concha dourada e o clip dourado com uma Plaquinha escrito “FIRST EDITION” marcando que ela é uma das primeiras a serem produzidas


ACERVO PESSOAL
Os ultimos modelos já saiam com o sistema de conversor e adaptada ao uso de cartucho esse modelo é dificil de achar no Brasil devido as regras de importações da época

Não poderia deixar de mostrar a Parker 61 Demonstrator, muitos chamam esse tipo de caneta como promocional que era para ficar nas lojas para mostrar o mecanismo em funcionamento para o possivel comprador. nessa foto fica visivel calço da Pena na Represa de tinta muito charmosa e elegante.

Acervo Pessoal
O modelo acima é posterior a 1969 quando passou a ser produzida de forma descontinua em paises como Inglaterra e EUA sem um padrão certo de produção.Lembro que existem muito a ser estudado sobre a Parker 61 é que a forma correta de analisar a historia da Parker 61 pelos diversos modelos que foram lançados nos seus 26 anos de produção. Existem outras cores e modelos de Parker 61 para serem apresentados aqui mas isso fica para uma próxima vez.
Até breve